Somos todos Charlie

O ano de 2015 iniciou de forma trágica e desumana para o jornalismo, com o atentado terrorista na França que terminou com a morte de 12 jornalistas entre cartunistas e redatores da revista semanal Charlie Hebdo, tradicional veículo fundado nos anos 60. O fato, claro, causou consternação generalizada. Fundamentalistas da Al Qaeda e do Estado Islâmico atribuíram para si os ataques.
O fato é que a intolerância desses ideais doentios precisa ser combatida com intolerância. Não há diálogo que subestime a capacidade desses celerados. Augusto Nunes, da revista Veja SP destacou que é preciso mais do que um sentimento de consternação. As maiores atrocidades da história, lembra o jornalista, foram alimentadas por uma geração apática com desgovernos. Na Alemanha, por exemplo, foi assim com Hitler, fundador do partido Nazista, que iniciou suas atrocidades assassinando sua própria população, a mesma que o apoiou. "Não destruíram o ovo da serpente", disse.
É preciso uma ação menos humanitária e mais perspicaz no campo da política internacional, que combata qualquer tipo de discriminação seja ela religiosa, étnica, sexual e etc. De acordo com os noticiários, centenas de franceses entre homens e mulheres hoje servem o Estado Islâmico. Essa é a prova mais clara de que essas forças, com base no fanatismo religioso, se fortalecem e precisam ser combatidas com a mesma intensidade que agem. (O Islã, diferente do fundamentalista, prega o amor e a paz).
Mas, e a imprensa brasileira? Como se comportou pós-ataques? Por incrível que pareça, na sua grande maioria, o que se viu e ouviu foram comentários bizarros, lamentações estranhas, dando a entender que o atentado deve servir, a partir de agora, como termômetro para medir o que a imprensa pode ou não publicar. O cartum é, por si só, uma forma bem-humorada de registrar fatos reais ou imaginários que, pessoalmente, reconheço como peça importante no jornalismo saudosista e de vanguarda.
Desse crime que vitimou os 12 jornalistas franceses, deve-se despertar mais. É preciso estar atento aos governos. Suas ações não podem ser desvirtuadas. Precisam atentar à manutenção da democracia e da livre expressão. Também o direito universal à vida, o de ir e vir, à moradia, saúde, educação, segurança, lazer, política (não somente pelo voto) e a livre escolha do trabalho e da religião, com proporcionalidade social e maior atenção ao capital privado acintoso.
Agora, somos Charlie.
       
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