A
injustiça que se faz com o povo brasileiro, ou de qualquer país que enfrente
golpes de corrupção, é cruel. Muito mais do que acarretou as condenações aos mensaleiros
- a privação, a corrupção na esfera pública é silenciosa e vem acompanhada com
o descompromisso daqueles que deveriam lutar e defender o povo. Daqueles que
deveriam estar atentos ao anseio social, cultural e histórico, para compor um
Estado de servidão a favor da maioria.
O
que nos apresentam, então, é a degradação das instituições políticas a troco de
favorecimentos, benfeitorias e enriquecimentos alheios, promovendo uma espécie
de orfandade da “coisa pública”. No Brasil República, o sufrágio deveria ser a
segurança dos atos públicos. Entretanto, se cria uma anomia entre hierarquias
sociais, quando deveria se criar a complacência entre ambas.
Os
12 condenados no processo do “mensalão”, um deles foragido na Itália (Henrique Pizzolato, ex-diretor do Banco do Brasil e
condenado a doze anos de prisão), precisam entender que existe uma evolução
intrínseca na sociedade. Esta evolução, por si só, perpassa principalmente pela
relação de justiça. Mas, certamente, esta percepção não estaria diante dos
olhos daqueles acostumados a referenciar a balbúrdia financeira, para fins
próprios.
As provas reunidas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal - nas mãos da Justiça – não deixam
dúvidas: houve corrupção da coisa pública, assumidas, inclusive em delações por
agentes participantes do ilícito, como foi o caso do ex-presidente do PTB,
Roberto Jefferson. Não se é mais possível espoliar a sociedade. Essas prisões
dos mensaleiros precisam servir de exemplo.
É preciso entender, também, que evolução da consciência de
justiça teve seu processo acelerado a partir do século XX, principalmente após
o final da primeira Guerra Mundial (1914/18), quando na Europa já se instalava
uma melhor organização das instituições. No século XXI, portanto, quando a
sociedade consegue se desvencilhar de vez das amarras de culpa e começa a se
colocar no seu devido lugar de beneficiária a cobrança, tenha certeza, será
maior.
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